quinta-feira, 11 de junho de 2015

Comer bem sem glúten

A doença celíaca das intolerâncias mais frequentes em Portugal, mas não é necessário ser celíaco para comer sem glúten. Nos últimos anos, muitas pessoas têm seguido uma dieta sem glúten mesmo que não sofram desta doença, pois melhoram a digestão e sentem-se melhores.

Intolerantes ao glúten
As pessoas que sofrem de doença celíaca sofrem de uma intolerância permanente ao glúten, uma proteína presente na semente de muitos cereais. Quando se é intolerante ao glúten, esta comporta-se como um toxico para o organismo, provocando uma reação imunitária do intestino delgado, ou seja uma inflamação e lesão da mucosa intestinal, que dificulta a digestão e absorção dos nutrientes. Como resultado, a pessoa pode sofrer de anemia, manifestações extra digestivas visíveis na pele, perda de massa óssea, debilidade muscular, infertilidade, etc.

Sensíveis ao glúten
Por outro lado, nas pessoas que apresentam sensibilidade ao glúten, o seu diagnóstico de intolerância não se conseguiu confirmar, mas quando ingerem produtos que contêm esta proteína, apresentam os mesmos sintomas que os celíacos: inchaço e dor no abdómen, diarreias frequentes, eczema ou erupções na pele, dores de cabeça, obstipação, náuseas e vómitos, anemia, fadiga, etc. Estudos recentes apontam para o fato de uma em cada 17 pessoas ser sensível ao glúten, apesar de muitas não saberem. Mas na realidade, tanto os sensíveis como os intolerantes ao glúten melhoram ao retirar o glúten da sua dieta e pioram quando o reintroduzem.

As causas
A origem da intolerância permanente ao glúten, tem muitas causas e o seu início é desconhecido, mas este provado que existem fatores que contribuem para o seu desenvolvimento: a predisposição genética, os fatores ambientais e alguns fatores imunitários.

No que diz respeito aos fatores ambientais que podem incidir na doença, o mais comum é o trigo, cereal cujo consumo aumentou notavelmente, sobretudo no ocidente, nas últimas décadas. A forma como se introduzem os alimentos nos primeiros anos de vida, também pode ser importante. Neste sentido, provou-se que coincidir a amamentação com a introdução do glúten na dieta do bebe pode reduzir até 60% as possibilidades de desenvolver doença celíaca. Relativamente aos fatores imunitários, tratam – se de eventuais alterações no organismo que produzem uma resposta anómala ao glúten, assim como mudanças na flora intestinal que podem favorecer o aparecimento da doença.

Como descobrir se é celíaco
Nem sempre é fácil associar os sintomas de uma pessoa com uma intolerância alimentar, pois estes aparecem de forma palatina, provocando alterações diversas ao longo do tempo. E em muitos casos não existem sintomas que nos indiquem a sua presença. Por isso cerca de 75% das pessoas com intolerância ao glúten não estão diagnosticadas. Em qualquer caso, alguns sintomas que a doença celíaca pode apresentar são alterações intestinais, como diarreia ou obstipação, anemia, osteoporose, amenorreia, carência de vitaminas e minerais. Também pode produzir doenças associadas como a dermatite herpética, estomatite aftosa, diabetes ou alterações da tiroide.

Onde há glúten
O glúten é uma proteína que encontramos em muitos cereais, como o trigo, a cevada o centeio, a espelta, o kamut, a aveia, o triticale e nos seus derivados: pão, farinha de trigo, massa, bolos, bolachas, biscoitos, figos secos, bebidas destiladas ou fermentadas a partir de cereais, como a cerveja, água de cevada, etc. Existem muitos alimentos que devido á sua natureza não contêm glúten, mas que foram elaborados com farinhas, espessantes, molhos ou condimentos que o contem: charcutaria, patés, queijos fundidos, conservas, molhos, condimentos e corantes alimentares, derivados do café, chocolate e cacau, frutos secos tostados ou fritos com farinha, caramelos e guloseimas. Por isso aconselha-se a ler bem os rótulos dos produtos que consumimos.

Alimentos naturalmente livres de glúten
Leite e derivados (queijos, iogurtes, natas), carnes e vísceras, alguma charcutaria como fiambre, peixe, mariscos, ovos, frutas, verduras e hortaliças, legumes, tubérculos, arroz, milho, quinoa, trigo-sarraceno, azeite e manteiga, açucares, mel, café e infusões, frutos secos crus, vinho, bebidas espumosas ou fabricadas com limão e laranja, sal, vinagre e especiarias.

Como organizar uma dieta sem glúten
De início, é importante não pensar que por ter que eliminar da dieta uma serie de alimentos especialmente alguns cereais, esta tornar-se-á pobre ou aborrecida, Nada mais longe da realidade. Felizmente, dispomos de muitos cereais e alimentos livres de glúten, variados e saborosos, que não só são aptos para celíacos, mas também recomendáveis para todos membros da família, sejam ou não intolerantes ao glúten. Quando temos que cozinhar para um celíaco, seja nossa pessoa ou outra, não só temos que ter em conta o que compramos, há ainda outras medidas a tomar: as farinhas e espessantes para a preparação de molhos devem ser de arroz, milho, batata, soja, milho, tapioca, quinoa, trigo-sarraceno, etc. Evitar fritar alimentos sem glúten em óleo ou azeite onde se fritou anteriormente produtos com glúten.

Os utensílios de cozinha devem estar limpos. O uso de um garfo que tenha manipulado um alimento com glúten pode contaminar o prato.

É necessária muita precaução quando se come fora de casa, em restaurantes, cafés ou na escola. Nestas ocasiões, é muito recomendável perguntar e informar-se bem sobre os ingredientes do prato que se vai comer e sobre a preparação do mesmo.

 

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Sentindo na pele

Com o passar dos anos, a pele - órgão responsável por regular a temperatura do corpo e protege-lo, torna-se frágil e sujeita às agressões do meio ambiente. O envelhecimento da cútis varia de acordo com predisposição genética e os hábitos do individuo ao longo da vida. A ação cumulativa da radiação solar determina uma série de alterações na pele que levam ao chamado fotoenvelhecimento.

A cor da pele

De acordo com o tipo de pele e o tempo de exposição continuada ao sol, os sinais desse envelhecimento acentuam - se e manifestam -se de várias maneiras, como, por exemplo, pelo afinamento da pele, por uma tonalidade amarelada, o aparecimento de rugas, vasinhos dilatados (telangiectasias) e as manchas escuras (melanose solar ou mancha senil). Estas podem tornar-se e as manchas escuras (melanose solar ou mancha senil). Estas podem tornar - se avermelhadas e grossas (queratose actínica), ou surgir desde o inicio vermelhas ou acastanhadas e ásperas e até transformarem-se em cancro da pele. Segundo Solange Pistori Teixeira, professora de dermatologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de São Paulo - Unifesp, a mancha senil (também conhecida como melanose actínica) é, portanto um dos sinais de fotoenvelhecimento - ou o envelhecimento causado pela exposição crónica e excessiva ao sol.
" Elas são popularmente chamadas assim (manchas senis) porque costumam aparecer em pessoas com idade mais avançada. Trata - se de manchas de cor castanho-claro a escuro, arredondadas ou ovaladas, que ocorrem predominantemente em áreas expostas como a face, as mãos, o antebraço, o colo e as pernas de pessoas principalmente de pele clara e , em geral, após os 40 anos de idade," diz a especialista. Essas manchas acontecem em virtude do aumento do numero e da atividade dos melanócitos, células responsáveis pela produção de melanina - o pigmento que dá cor á pele, causada pela radiação ultravioleta. Quanto mais clara for a pele e quanto mais sol a pessoa apanhar durante a vida , se a proteção adequada de filtros solares , mais melanoses actínicas irão surgir no decorrer dos anos, podendo ser observadas em quase 90% das pessoas caucasianas (pele clara) com idade acima dos 60 anos.
Existem dois tipos de envelhecimento da pele: o intrínseco - cronoenvelhecimento- que é a degeneração natural; e o extrínseco, provocado pela exposição ao sol. O cronoenvelhecimento tem inicio a partir dos 25 anos. é caracterizado pela perda do colagénio e da elastina, proteínas que dão firmeza e elasticidade à pele, redução do tecido adiposo e diminuição hídrica. Esses fatores causam o ressecamento bem como a diminuição da estrutura óssea, normal com o avançar da idade. A professora Solange Teixeira explica que as manchas senis não são cancro da pele. Porém a sua presença é o resultado de extensa exposição ao sol.

Tipos de manchas

Melanose actínica ou mancha senil - começam avermelhadas e podem ficar ásperas (queratose actínica). São provocadas pela exposição crónica e excessiva ao sol.

Leucodermia solar - São aquelas sardas brancas de 1 a 5 milímetros que aparecem nos braços, pernas e abdómen. A exposição solar é causa única, mas só atinge pessoas com predisposição genética.

Dermatite por fotossensibilização - Manchas escuras provocadas pelo contato da pele com sumo de limão ou leite de figo e exposição ao sol. Esses produtos estimulam a produção de melanina pelas células, pigmentando a pele.

Despigmentação química - O contato continuo com botas, luvas e sandálias de borracha favorece a despigmentação da pele, devido ás substâncias químicas que fazem parte do processo de fabricação desses artigos.

Cuide da sua pele

Mantenha a pele hidratada
Faça isso bebendo água regularmente, todos os dias.
Seis a oito copos ajudam a resolver o problema.

Banhos
Eles são essenciais para manter a pele limpa, mas não demore mais do que cinco minutos sob o chuveiro de água quente. isso evita a perda dos óleos naturais e proteínas que protegem a pele.

Não beba bebidas alcoólicas ou cafeinadas
O álcool altera a produção de enzimas e estimula a formação dos radicais livres que causam o envelhecimento.

Coma alimentos saudáveis
Frutas, vegetais, leguminosas, cereais, e tubérculos integrais providenciam vitaminas, sais minerais e proteínas que mantêm e reconstroem o organismo.

Pare de fumar
O calor da chama e o contato do fumo com a pele provocam o envelhecimento e a perda de elasticidade. O fumo também reduz o fluxo dos vasos que irrigam, oxigenam e alimentam a pele.